terça-feira, 15 de junho de 2010

Ano Internacional da Biodiversidade


O Agrupamento Dr. Francisco Gonçalves Carneiro não poderia ficar indiferente à Comemoração do Ano Internacional da Biodiversidade.
Por isso, foi lançado pelo grupo PES (Promoção/Educação para a Saúde) e por docentes dos grupos disciplinares de Ciências Naturais/ Ciências da Natureza o desafio a colegas, alunos e encarregados de educação, principalmente dos 5º e 8º anos de escolaridade, onde o conceito é abordado, para fotografarem a biodiversidade da região do Alto Tâmega.
Os resultados, patentes na galeria Esboço da Escola sede, ultrapassaram de longe as expectativas, resultando numa exposição de excelente qualidade e na qual, acabaram por participar alunos, desde o pré-escolar ao 8º ano, docentes e colaboradores da escola, os portugueses Diogo Carneiro e Marco Fachada, e o galego José Ramón Reigada (Verín).

PARA CONTAR E MEDITAR NO

“ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE”

Aqui vai uma estória do Dr. Jorge Paiva (Biólogo)
               
Dois amigos abastados resolveram fazer, cada um, uma invulgar viagem de aventura. Cada um deles iria viajar num veículo “todo-o-terreno”, sem companhia, sem rádio, sem telemóveis nem GPS, carregados de combustível suplementar, alimentos, água e agasalhos e sem ajudas de ninguém, apenas com muito dinheiro, de modo a não terem dificuldades no caso de terem de regressar. Um atravessaria o deserto do Sahara, o outro a Amazónia.
                Um partiria de Bizerte no Norte da Tunísia, atravessaria o lago salgado (Chott El Jérid) e, por El Borma, passaria pela parte oriental desértica da Argélia (Grand Erg Oriental), entraria no Sul da Líbia por Ghat, atravessaria o deserto do Sahara (Ideham Marzuq), seguiria pelo Nordeste do Níger (de Toummo a Afafi), atravessaria o Chade (Afafi – Abéché), entrando no Sul do Sudão por Adré e, através de Bobai, entraria na República Centro-Africana, onde findaria a viagem em Yalinga, Bria ou Bambari.
                O outro iniciaria a viagem na Amazónia do Perú, em Puerto Maldonado (margem do Rio Madre de Dios), seguiria através da Bolívia, mais ou menos ao longo da bacia deste rio, entraria na Amazónia Brasileira, através desse rio (Rio Madeira, no Brasil), até Itacoatiara; aqui atravessaria o Rio Amazonas, seguiria para Norte, através da Amazónia brasileira, passaria pela parte sul da Amazónia venezuelana e, através das altas montanhas da Venezuela e da Amazónia da Guiana, terminaria em Georgetown.
                O primeiro teve muito azar, pois numa zona do deserto, completamente desabitada (a sul do Trópico de Câncer, zona fronteiriça do Sul da Líbia e Norte do Níger), plena de dunas altas e dinâmicas, apanhou uma violenta tempestade de areia, que soterrou o seu veículo, de tal modo que ficou impossível de se mover. Para conseguir comer e beber teve muito trabalho em escavar com as mãos a areia. Grande parte de água e alimentos deteriorou-se. Nunca lhe apareceu auxílio, acabou por morrer, sem comida , nem água, mas muito rico, pois tinha ainda muito dinheiro disponível.
                O outro, ao atravessar o rio Mavaca, na Serra de Unturán (Amazónia venezuelana), a corrente forte arrastou o veículo (nunca mais o viu), tendo-se salvo a nado. Passados meses, foi encontrado por índios, muito doente, tendo sobrevivido, sem dinheiro, mas à custa dos produtos vegetais que colhia na floresta (frutos, rizomas, flores e folhas) e dos animais (aves, pequenos roedores e peixes) que conseguia apanhar e da água dos rios e da cura através de plantas medicinais com que os índios o trataram.

                Façamos votos para que, neste “Ano da Biodiversidade”, toda a gente se capacite que a riqueza material não é fundamental para a nossa sobrevivência; claro que sem dinheiro se pode sobreviver, mas sem água potável e sem outros seres vivos (Biodiversidade) não sobreviveremos.

                                                                                             

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